quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pronto, Cosme, o Sport já não serve mais


Já se passaram quase dez dias de uma das maiores atuações do goleiro Marcos em sua bela e vitoriosa carreira com a camisa do Palmeiras. O herói alviverde foi, na noite do último dia 12, o maior responsável pela classificação de seu clube para as quartas-de-final da Taça Libertadores da América, ao defender três pênaltis na decisão contra o Sport, depois de uma brilhante atuação durante os 90 minutos.

Embora a conquista da vaga tenha sido emocionante e premiado um ser humano e atleta exemplar, não se pode dizer que tenha sido surpreendente, já que mais uma vez o clube gigante eliminou o médio (nem grande nem pequeno), como aconteceria na maioria das vezes em que se encontrassem, ainda mais em uma competição em que os paulistas somam quase 140 jogos em 14 edições (4 finais, 1 título) do torneio, contra menos de 15 partidas em apenas 2 participações do rubro-negro de Recife.

Se os confrontos entre Palmeiras e Sport não subverteram a lógica nem serviram para que o clube pernambucano confirmasse uma suposta condição de grandeza nacional, ao menos se mostraram propícios para que determinados jornalistas criassem um clima de guerra e promovessem uma rivalidade fictícia, que jamais poderá ser real, dada a enorme diferença de tamanho entre um clube e outro, qualquer que seja o critério de comparação escolhido — títulos, tradição, história, estrutura ou torcida.

De todos os jornalistas que procuraram promover esse ambiente, talvez o que tenha feito isso de forma mais explícita — embora dificilmente admita — seja Cosme Rímoli, que publicou diversas matérias e entrevistas sobre os jogos, sempre atiçando a rivalidade e torcendo quase descaradamente pelo fracasso do Palmeiras na competição.

Desde a derrota do Palmeiras por 1x3 para o Colo-Colo no Palestra Itália (em 3 de março), até a vitória por 2x0 sobre o Sport na Ilha do Retiro (em 8 de abril), Rímoli publicou nada menos do que nove posts falando ou fazendo referência ao assunto. Em um dos mais célebres, o vice-presidente do clube pernambucano, Guilherme Beltrão, foi entrevistado, soltando diversas pérolas como:

(...) na bola, o Sport não perde para o time dirigido pelo decadente Luxemburgo.

Ou:

Mas o Sport Recife se programou para fazer história. Não queremos só desclassificar o Palmeiras. Pensamos muito além disso. Queremos fazer história sendo campeões da Libertadores. Nunca tivemos uma chance tão grande.

Difícil saber se Beltrão é apenas uma versão pirateada do tristemente célebre Marco Aurélio Cunha ou se ingenuamente acreditava no que dizia. O fato é que Cosme aproveitou todas as chances que teve para alimentar o clima de guerra, como se percebeu nas quatro entrevistas (!) que fez com o dirigente em curto espaço de tempo, sempre apelando para perguntas maliciosas e que o incentivavam a falar mais do que deveria.

Da mesma forma, vários foram os posts que, mesmo não tendo nenhuma relação com a disputa entre os dois clubes, faziam menção a mesma. Até o aposentado técnico Mário Jorge Lobo Zagallo foi questionado sobre o assunto, em uma entrevista concedida ao blogueiro:

Como o senhor vê o clima criado entre Sport e Palmeiras para a disputa dos jogos da Libertadores?

Além de não ter nada a ver com o assunto, Zagallo teve que responder uma pergunta que continha uma clara má intenção, já que em nenhum momento o Palmeiras criou um 'clima' para o jogo contra a equipe pernambucana. Aliás, nem o clube nordestino nem o paulista recorreram a artifícios extra-campo, apesar de todo o ambiente fabricado por profissionais como Rímoli.

E qual seria a intenção de Rímoli ao atuar dessa forma? Gerar audiência ou apenas prejudicar o Palmeiras? As duas parecem ser respostas certeiras, já que o grande número de comentários nos posts relacionados ao assunto e a clara má vontade do repórter com o clube alviverde e, principalmente, com seu treinador apontam nessas direções. Durante o mês que antecedeu o primeiro jogo na Ilha, em abril, perdeu-se a conta das vezes em que Cosme citou a possível eliminação palmeirense da Libertadores, em um misto de satisfação e expectativa (torcida) para que isso acontecesse. Em um dos seus posts, ele diz:

Desde 1991, Luxemburgo é humilhado na Libertadores da América.

Entre as 'humilhações' a que se refere Cosme, estão a eliminação do Flamengo para o Boca Juniors (quartas-de-final, 1991) e a do Santos para o Grêmio (semifinais, 2007). Embora estabelecer a dimensão de uma derrota seja algo subjetivo, parece claro que as desclassificações citadas estejam longe de ser humilhantes; não assim a entrevista em que o treinador palmeirense colocou o repórter em seu devido lugar: nem Datena quis ficar do lado dele.

O mais curioso disso tudo é que boa parte da torcida rubro-negra realmente acreditou que o Sport fosse tão grande quanto o Palmeiras e que aquele estava finalmente recebendo a atenção da mídia. Ingênuos, muitos chegaram a agradecer ao repórter por publicar frequentemente posts sobre o clube. Nem desconfiavam que isso só duraria enquanto o time leonino servisse às intenções de Rímoli: o Sport só era importante enquanto podia fazer mal ao Palmeiras. Se durante um mês foram publicados nove posts sobre o clube, agora já são nove dias sem uma única palavra sobre ele.

É que para Cosme e para boa parte da imprensa paulista, o Sport já não serve mais. Que venha o próximo!

Em tempo: tanto o Sport como sua torcida estão de parabéns pela justíssima conquista da Copa do Brasil e pela bela participação no torneio sul-americano.

4 comentários:

Fábio disse...

Análise perfeita. É um caso emblemático de como setores da imprensa usam pessoas e instituições para chegar onde querem. A turminha do Sport e seus ingênuos torcedores caíram nessa esparrela. Em breve serão outros.

Abraços!!

Justiceiro disse...

Valeu, Fábio! Basicamente é isso; e pode ter certeza que em breve serão outros os ingênuos úteis da vez. Grande abraço!

junior disse...

esse cosme e um lixo ele deve ser são paulino nuca vejo ele atacando o são paulo so tecendo elogios

Justiceiro disse...

Sim, Júnior, concordo. Cosme é um lixo e sempre me pareceu são-paulino, acho que ele deve ser mesmo. Abraço.